De olhos fechados, ela sentia a brisa de uma futura chuva, uma brisa leve e fria, não aquele frio que incomoda, mas um frio refrescante. A brisa que prenuncia uma chuva.
Com os olhos ainda fechados, sabia que não se encontrava mais no meio urbano. Aquele ar puro invadia seus pulmões. Há muito tempo não o sentia.
Naquele momento ali era o seu mundo. Aquilo era viver.
Ao sentir as primeiras gotas caírem quase como um carinho em seu rosto, ela abriu seus olhos. Viu-se diante da mais bela paisagem vista pó ela: uma imensidão de água cristalina. Era o mar até o infinito... apenas o mar.
Os pés descalços na areia chamaram sua atenção para o chão. Mas que chão?
O pavor a invadiu ao perceber que estava parada à beira de um precipício. Ondas ferozes chocavam-se com rochas.
Foi quando alguém segurou sua mão. Mas o fez com tal suavidade, que só poderia ser ele. Teve a confirmação quando a brisa me trouxe seu perfume, trazendo uma sensação de paz. O aperto em sua mão passava segurança.
Sem tirar a atenção da mão que segurava a sua, ouviu a voz rouca, e ao mesmo tempo, acolhedora, aquela voz que fazia seu coração acelerar de um modo que chagava a assusta – lá.
“Vai ficar tudo bem!” essas palavras foram decisivas para a libertação...
E os dois pularam para algo mais intenso.